Com caroço de açaí e argila, estudantes desenvolvem tubete orgânico em escola pública do AP
27/09/2025
(Foto: Reprodução) Estudantes do Amapá desenvolvem tubete orgânico com resíduos de caroço de açaí e argila
Estudantes da Escola Estadual Mário Quirino da Silva, na Zona Sul de Macapá, criaram um tubete orgânico feito com caroço de açaí e argila para substituir os modelos de plástico usados na agricultura. A proposta surgiu durante aulas de biologia como alternativa mais barata e ecológica para o cultivo de mudas.
O projeto foi orientado pela professora Rose Trindade, que levou a ideia para os alunos após discutir os impactos do plástico no meio ambiente. O tubete orgânico pode ir direto para o solo com a muda, sem gerar resíduos.
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Rose é a professora orientadora do projeto
Mayra Carvalho/Rede Amazônica
“Propus que pensassem em uma estrutura orgânica para substituir os tubetes convencionais. O caroço de açaí é abundante no estado e seria uma boa base para reaproveitamento”, explicou.
Inicialmente, os testes usaram cacto palma como elemento colante, mas a planta viva dificultava o processo. A argila natural foi adotada no lugar e se mostrou mais eficiente.
Segundo Gustavo de Sousa, de 17 anos, um dos autores do projeto, o uso do açaí foi escolhido por ser comum na região.
“A gente vê caroço jogado no chão. Decidimos aproveitar esse resíduo para criar algo útil e que não polua”, contou.
Gustavo é um dos criadores do projeto
Mayra Carvalho/Rede Amazônica
🧪 Passo a passo da produção do tubete orgânico
Coleta dos caroços de açaí: Os estudantes recolhem os caroços descartados em batedeiras da cidade, onde o resíduo costuma ser jogado no chão ou acumulado sem reaproveitamento;
Torra dos caroços: Os caroços são levados para a escola e torrados em frigideiras comuns, até ficarem secos e prontos para trituração;
Trituração manual: Após a torra, os caroços são triturados com martelo, quebrando a estrutura rígida para facilitar o processamento;
Peneiramento do material: O pó resultante da trituração é peneirado para separar os grãos mais finos, que serão usados na mistura com a argila;
Mistura com argila natural: A argila é coletada de forma local e misturada ao pó de açaí até formar uma massa homogênea, com textura ideal para moldagem;
Moldagem dos tubetes: A massa é moldada manualmente em formato cilíndrico, semelhante aos tubetes de plástico usados na agricultura;
Secagem ao sol: Os tubetes são deixados para secar naturalmente ao sol. Em dias chuvosos, os alunos usam uma estufa improvisada com lâmpada amarela para manter a eficiência do processo;
Testes de germinação: As mudas são plantadas diretamente nos tubetes orgânicos e colocadas em vasos. Os estudantes observam o desenvolvimento da planta e a incorporação do tubete ao solo.
Além dos benefícios ambientais, o projeto também apresenta vantagens econômicas. Um tubete de plástico pode custar até R$ 1,50 e não é reutilizável. Já o orgânico sai por cerca de R$ 0,30.
Nos testes realizados, os estudantes observaram que as mudas se desenvolveram melhor com o tubete orgânico.
“A germinação foi mais rápida. Enquanto o plástico demorou mais de uma semana, o nosso tubete levou de 7 a 9 dias”, explicou Gustavo.
A professora explicou ainda que o projeto está em fase de testes, mas os resultados apresentados já são positivos. A equipe pretende apresentar a proposta para agricultores da região.
“A ideia é levar esse produto para os pequenos produtores, mostrar que ele funciona e pode ser incorporado ao solo, nutrindo a planta”, concluiu Rose.
Tubete orgânico foi criado por estudantes do Amapá
Divulgação
Tubete orgânico foi criado por estudantes do Amapá
Mayra Carvalho/Rede Amazônica
Etapas de criação do tubete
Divulgação
Etapas da criação do tubete
Divulgação
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