Metanol: o que é a substância que causou intoxicações em bebidas alcoólicas adulteradas em SP
27/09/2025
(Foto: Reprodução) O metanol não se destina ao consumo humano — e é altamente tóxico
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Uma pessoa morreu e outras 8 foram internadas por intoxicação por metanol após consumirem bebida alcoólica adulterada em menos de 18 dias nas cidades de São Paulo, Limeira (SP) e Bragança Paulista (SP). As nove pessoas foram internadas entre o dia 1º e 18 de setembro.
O metanol (CH₃OH) é uma substância altamente inflamável, tóxica e de difícil identificação.
O produto é um tipo de álcool simples, incolor e inflamável, com cheiro semelhante ao da bebida alcoólica comum. Ele já foi chamado de “álcool da madeira”, porque antigamente era obtido pela destilação de toras.
Hoje, sua produção industrial é feita principalmente a partir do gás natural.
Embora seja usado em pequenas quantidades na natureza, podendo ser encontrado em frutas, vegetais e até produzido pelo corpo humano em baixíssimas doses, o metanol é altamente tóxico em concentrações elevadas.
Para que serve?
O metanol tem diversas aplicações legítimas na indústria.
Ele é usado na fabricação de formaldeído (o famoso formol), ácido acético, tintas, solventes e plásticos, e está presente em produtos como anticongelantes, limpa-vidros e removedores de tinta.
Também já foi utilizado como combustível em carros de corrida e pequenos motores, mas em condições seguras e controladas.
No Brasil, uma das principais funções do metanol é servir de matéria-prima para a produção de biodiesel, em um processo químico chamado de transesterificação.
Fora disso, ele não deve ser comercializado diretamente para consumo humano ou adicionado em grande escala a combustíveis comuns.
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Riscos à saúde
A ingestão, inalação ou até mesmo o contato prolongado com metanol pode causar náusea, tontura, cegueira e até a morte.
Pequenas quantidades já são suficientes para provocar intoxicação grave.
O produto também é inflamável, podendo gerar incêndios e explosões em caso de manuseio inadequado.
Segundo especialistas, a presença de metanol em excesso na gasolina ou no etanol adulterado multiplica os perigos: além de enganar o consumidor, pode levar a falhas mecânicas graves e colocar motoristas e passageiros em risco de acidentes.
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