'Não haverá um Francisco II', prevê vaticanista às vésperas do conclave

  • 02/05/2025
(Foto: Reprodução)
Próximo papa deve ser uma figura de consenso, que busque reconciliar as divisões geradas na Igreja Católica durante pontificado de Francisco. Papa Francisco Arquivo pessoal Após o pontificado de Francisco ter deixado profundas divisões na Igreja Católica, o vaticanista italiano Marco Politi aposta em um próximo papa que será uma figura de consenso, capaz de "recompor" as diferentes correntes da forma mais colegiada possível. Politi fez previsões quanto à postura do próximo pontífice em entrevista à agência AFP. Veja abaixo: PERGUNTA: 80% dos cardeais eleitores nunca estiveram em um conclave e se conhecem pouco. Isso pode constituir uma dificuldade adicional? RESPOSTA: Este é o conclave mais espetacular dos últimos 50 anos. É o primeiro conclave em 50 anos em que há um forte sentimento de divisão na Igreja. Esse é seu principal desafio. E é claro, há um grande número de cardeais que vem dos lugares mais remotos do mundo, e uma grande parte deles não conhece uns aos outros nem o funcionamento do governo central da Igreja. Podem ser bons sacerdotes em sua região, (...) mas não têm a experiência da máquina central. Muitos nunca foram a Roma e têm dificuldades com o idioma porque o italiano não é mais a língua comum. Tudo isso torna este conclave difícil. Chaminé que anunciará novo papa é instalada na Capela Sistina; veja VÍDEO e FOTOS P: Com um papa que crie consenso, que harmonize diferentes tendências, há risco de estagnação no próximo pontificado? R: Há um risco, mas pode-se dizer ironicamente que haverá uma escolha entre um papa que desacelera e outro que avança lentamente. Porque se sabe que não haverá um Francisco II. Francisco era muito impulsivo e mudava as coisas através de gestos e palavras repentinas, ainda que pensados. Agora, justamente porque existe essa ideia de reunir a todos novamente, é necessária uma gestão mais cuidadosa, mais colegiada. Francisco trabalhou pouco em equipe com os escritórios da Cúria; alguns cardeais o criticaram por não convocar o Colégio Cardinalício. P: Quais são, na sua opinião, os três principais desafios do próximo pontificado? R: Além do abuso, que é um tema recorrente, há três desafios importantes: um é restaurar o senso de um sistema de trabalho colegiado, no qual o papa também considere os dicastérios da Cúria. Em segundo lugar, mais colegialidade entre os cardeais, que representam a universalidade da Igreja. Depois, há dúvidas se o Sínodo de Francisco continuará ou não. Enquanto estava no hospital, Francisco estabeleceu um programa de três anos com três pontos: promover o papel das mulheres, prestar contas e criar órgãos consultivos. Esse é o desafio: seu sucessor continuará o programa ou o abandonará? P: Quais características prevalecerão na eleição do papa? Personalidade, idade, nacionalidade, proximidade com Francisco? R: Um dos pontos principais a serem abordados é a capacidade de revitalizar a Igreja. Nenhum dos últimos três papas - João Paulo II, Bento XVI e Francisco - conseguiu superar a crise da Igreja em suas estruturas diocesanas e paroquiais. As vocações continuam diminuindo (...) e isso é motivo de preocupação. O próximo papa deve ser capaz de reconstruir, de dar novo impulso à vida religiosa em sua base, de ter uma presença internacional, como Francisco, e de falar ao povo. Ou seja, ter carisma. Ratzinger [Bento XVI], por exemplo, não tinha, ao contrário de Wojtyla [João Paulo II] e Bergoglio [Francisco]. P: O próximo papa também pode ser uma surpresa completa? R: É uma opção. Parece estranho que nos dias de hoje nenhum bom conservador tenha surgido como um candidato real. Os ultraconservadores não podem decidir o próximo papa; precisam aliar-se ao centro. Precisam de um conservador com rosto humano, simpático, que talvez comunique e depois controle o diaconato, mas com delicadeza. Essa figura ainda não surgiu. P: Os cardeais falam sobre um conclave curto... R: É um paradoxo, mas demonstra um desejo de não mostrar divisões. Quem foi o primeiro cardeal brasileiro a participar do conclave

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/05/02/nao-havera-um-francisco-ii-preve-vaticanista-as-vesperas-do-conclave.ghtml


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